11.5.06

carta.labirinto.


honey,

e se fosse de verdade esse teu murmúrio, se fosse de lampejos mesmo essa tua voz, não era num quebra-cabeças que eu te juntava. seriam nas paredes de um labirinto, nos rabiscos de quem se perde, nos desenhos de quem perdeu. já não basta me fazer maior do que eu sou? você me coloca num infinito incondicional, numa posição minotáurica. veja bem, honey, não sou deus, nem semi-deus, nem monstro. sou apenas um mortal que sabe de cor tantos verbos no infinitivo - amar, chorar, sonhar - e vive a vida no subjuntivo. quem mais pode me conhecer até as vísceras do que você? sabe que eu escrevo com o por dentro, faço das correspondências palavras-tripa, literatura de sangue, escrita de ouvido. portanto não queira me enganar com teus jogos de linguagem. de jogo basta a vida. e não me demore: o tempo roça no meu pescoço. ainda não achei a saída.

Um comentário:

Anônimo disse...

Otimo final de semana a vc,Marcio
Abração!

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