5.5.06

correspondências da nau.


honey,

delicadeza: essa é tua palavra. e minha também. hoje estou assim: quebradiço. não me aperta demais contra a linha, nem aproxima demais os olhos no que escrevo. me veja distante, atrás do sofá, por favor. não me encare macio senão borro as tintas e deixo indistinto o que penso. me diz a verdade, sem pose, sem literatura: é só o amor pela idéia de me amar? nem me responda, demore bastante. escolha delicadamente cada palavra que vai me dizer. bem do teu jeito. e pense no meu peito. certas palavras podem machucar tanto e não tem volta. não, não dá pra apagar. escrever por cima, quem sabe. mas fica o fantasma por detrás da sombra, roçando de leve, arrepiando com aquela amargura. saudades de quando me escrevia doce, sem pensamentos. apenas descrições de estado, torpor, amor. comunicação: o navio do teu corpo avançando nos meus sonhos. e agora vem essa: qualquer teu sopro é como o casco de um navio enferrujado me arranhando o rosto. the lighthouse. hopper. a tristeza de hopper. e minha também. palavras-fantasmas acenam pra mim do convés. e sentando no cais, pés descalços na água, eu não vejo mais nada. não sei se quero te ver mais: não mais. não agora. (delicadeza indelicada).

2 comentários:

Anônimo disse...

My dear friend...
Perco-me nas palavras...sei que estarei sendo injusta ao tentar tecer qualquer comentário acerca de tais sentimentos...insisto? resisto? oh, dúvida cruel!...
Como permitir que eu me controle em uma batalha interior?
Somem-se as vogais e as consoantes...eis a P..., eis a P...que não posso mencionar...
Tenho receio de que, na tentativa de derramar completamente minhas emoções, não venham à luz "elementos" de mérito..., portanto, expresso-me sem receio, mas receio por não expressar-me...

Anônimo disse...

Que triste.
Sinto muito por tudo.

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