6.11.06

carta de jockey club.


my dear,

escrevi esta carta à mão, mas extrapolei os conteúdos latentes em cada linha rabiscada. o que se lê aqui não tem rédea, embora cavalgue como um alazão coxo por trás dos muros. uma carta não é um haras. uma carta é um jockey club. com mocinhas usando chapéus e roupas de mesmo tom, dando risinhos abafados, e com homens de terno cinza ou azul, esbravejando duro. segue manual de leitura e ternura. 1. faça as apostas 2. coloque dinheiro em envelope lacrado 3. cole selo festivo ou supersticioso 4. deposite no guichê próximo 5. aguarde ataque de loucura ou ciúmes. finalizado o processo, sente-se com as pernas cruzadas e os papos para o ar. se receber alguma lauda, não se esqueça: a leitura deve ser privada. sem o segredo, uma correspondência perde a razão de ser, feito brincadeira de amigo secreto em que se desvenda quem é quem antes do tempo. errata: escrevi esta carta com os cascos, enquanto, terminadas as apostas, já me davam rosas e prêmios, a serem entregues ao jockey que chegasse em primeiro. (enquanto espero cartas doces e lambidas, cheias de alfafa e dinheiro)

Um comentário:

Anônimo disse...

realmente o que se lê não tem rédeas, um exemplo incompleto.
adoro seu feeling.

e pode esperar por outras (=
maybe...

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