29.6.10

road of no return


my dearest:

it's done. [quando estou diante de ti, percebo minha ignorância. às vezes, diante de mim mesmo, a pressinto como que me pressionando o corpo, a carne. com o rosto colado no tédio me arrasto no resto, nos detritos, nas sombras do teatro.] it's cold. [já devorei os livros da estante, todos os poemas do neruda, todas as cartas do dylan thomas. já devorei as unhas, os dedos, os ossos do cotovelo. devorei o frio cinzento que sobe por baixo da porta, que entra pela fresta da janela]. what a thrill. [queria apostar em corridas de cavalos, em jogos ilegais, queria apostar que meu coração ainda pega no tranco, a despeito de tanto pranto e remar contra. queria ser porta-estandarte, derramar a voz no povo só pra fazer da lírica a nova política]. it's real. [quando estou sozinho, subo as paredes, arranco os tijolos, faço desenhos equestres no chão, ensaio os saltos para o lado de dentro da janela. de dentro: porque de fora não quero. eu recuso o absoluto do mesmo modo que luto por um coração de império]. it' gone. [rastejo na cegueira do passado, tateando, tateando. nenhum só cão-guia, nenhum. apenas a alegria de tocar o familiar de repente, para depois ter saibo de estranho o que era presente]. i am old. [este é o medo: uma velhice solitária aos cachorros].

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