14.9.05

diários. dia de morte.



hoje acordei com um desejo de morte, o corpo muito mais frio que o dia lá fora. e a pior tempestade é essa que vem do inconsciente, num trovejar de símbolos, avisos, sonhos. "esta é a luz da mente, fria e planetária./ as árvores da mente são negras. a luz, azul", escreveu sylvia plath num poema. recordo as cores: preto, azul, luto, tristeza. acordo preso nas raízes de uma árvore retorcida: não consigo andar, sinto sede e fome. e vou sabendo da água suja que não me alimenta, mas enegrece ainda mais a árvore da mente. meus sonhos voltam: um galopar de éguas loucas, pisoteando tudo. não consigo respirar, meu nariz está entupido de gás butano, neurônio por neurônio morrendo. a morte vem vindo a galope num enorme cavalo amarelo. seus dedos esqueléticos tocam meu corpo, estou sendo possuído. encanto, magia: negra, negro. as árvores estão todas morrendo. o dia hoje vai ser sobrevivência.

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