17.10.05

notas biográficas. espetáculo.


não duvida de mim: eu queria mesmo era ser artista. largar o rumo, viver assim do instável, sem endereço fixo, me incluir no indeterminado do espetáculo, na fábula do improviso, nesse risco que é sempre girar a roda [em carne] viva do imprevisto. eu sonhei sim, não duvida. me aparecia em sonho teu cabelo de cobre, de fogo. me ensina a ser como você. me faz ter essa coragem do provisório, feito artista mambembe que nem sabe por onde começa ou termina a estrada, só sabe que a entrada é certa. quero ser assim: ator amador, que fica como rima, mas como título do que sou: aprendiz, discípulo. faz da minha vida o mesmo circo, me ensina a cuspir fogo e queimar poesia. me ensina a fabular do começo até o fim do dia. me tira do sério, me põe um riso, que eu já ando rindo muito pouco. me tira daqui, vai, e me cobre dessa mesma centelha divina.

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