14.5.06

cartas tristonhas.



my dear,

hoje estou choroso. talvez muito mais do que nos outros dias. e meu corpo parece roçar com insistência numa falha, um roçar erótico de placas tectônicas, placas amorosas. pulsão. impulsão. repulsão de ânimos. e me dá vontade de sair bêbado pelas ruas, com passos em falso e com sorrisos falsos. me dá vontade de arranhar o asfalto, quebrar os vidros dos carros, ensurdecer o grito do coração. (ele diz coisas horríveis, enrodilhado naquelas veias todas. pulsando. pulsando. também tremendo de medo.). e não consigo pensar em mais nada. apenas em coisas tolas, que não me aliviam nem curam as feridas do meu rosto: o olho da lua, um envelope azul, um quarto vazio. jazz. o jazz de uma rouquidão negra. e me pego tão sensitivo e tão sensível, querendo o amor da vida. querendo um amor maior que a vida. [...] tudo ao redor fica tão pequeno, silencioso e frio. eu quero a maciez, o calor, o amor, a fala ao pé do ouvido. você me entende? preciso de um pouco mais de compreensão, de beijos e de abraços sem melado, mas tão puros e espontâneos. sensatos. não peço coisas doces e enjoadas. quero o real da vida: um amor com ternura, mas também com incertezas e durezas. impropriedades, renúncias. mas eu me dou conta de que eu não apenas quero. eu preciso de. [...]
[e me dói os lábios nessas artes. o beijo de klimt, o beijo de rodin, o beijo de munch]. o que encontrar me envia num envelope azul bonito?

Um comentário:

Anônimo disse...

Espero que hj vc esteja melhor.
Otima semana
Abração!

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