1.11.06

bilhete biografado.


honey,

você sente o universo das pequenas coisas? eu sinto. e fico submisso a esse fluxo vertiginoso dos seres - pequenos, selvagens e incompreensíveis. cada pequenez é um signo. cada um tem seu ascendente: um significado que não os cabe. é a impossibilidade da presença real das coisas dentro de cada coisa. mas o que digo e o que quero dizer com isso? o amor é a única verdade, mas a realidade é a verdade. então o amor é o real. o abstrato das pequenas coisas dentro e fora dos pequenos seres, o único significado que os move e os torna grandes. mas ainda assim selvagens e incompreensíveis. eu sinto as pequenas coisas, as pequenas transformações, como um deus cego e vivo, mas não por isso menor, não por isso impotente. porque mesmo que não se possa ver com os olhos na escuridão, é permitido sentir com o corpo todo. e não está em braile o que sinto, está no sangue, na emoção, está no fluxo contínuo dos glóbulos e plaquetas (pequenas coisas que fazem meu universo exemplar).


el amor es la unica verdad.

3 comentários:

Anônimo disse...

sim.
hunf

Anônimo disse...

Descobri teu texto há pouco. Pelo que li, e tendo lido "bilhete biografado", e apesar do nome, me pareceu que estás entrando em outra seara. Falo do movimento entre o falar de si, característica dos poemas que li antes deste,e o falar de outras coisas para além de ti e das tuas circunstâncias. Claro, isso pode estar ocorrendo desde sempre, mas, como disse, peguei os 3 ou 4 últimos poemas, apenas. Falar de si é um ato vivificador, falar do outro restaura e afia o arsenal particular. Doce encruzilhada, hein?!

B. disse...

Doce,
o amor as vezes me parece a única verdade, mas porque nomear? E se o amor se chamasse ódio? Hoje em dia comparam-no até mesmo a comidas. Triste.
O amor é tão lindo e delicioso. Queria um puro. Sentir, sem precisar tocar. Deuses cegos, mas não menos importante.
Teus textos sempre me fazem pensar antes de escrever.

Gosto de tudo aqui,
beijos.

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