6.11.06

carta do gato que ri.


my dear,

uns gatos pingados, os últimos fiapos de sonho. tomo um pingado na padaria. acordei bem cedo hoje, me espreguiçando feito felino. e feitos os bigodes, penteado os pêlos, os cabelos, ganhei a rua. um gato é feito de papelão, sabia? basta olhar a pasta de gato atropelado no meio da rua. assim fica fácil ter sete vidas: a cara do gato desenhada no papel, virando papelão rabiscado, depois nascendo de novo, num fio de desenho novo e limpo, como o hálito da manhã. um gato é gasto com gosto. me agarro nas garras dos gatos recém-fabricados, desses que passeiam no muro e te olham com incômodo. a fábrica dos gatos fica além dos muros, atrás dos carros, por trás da lua. ela nunca pára. e um por um, rabos longos e manhosos se enroscam nas pernas, no pescoço, nos pulsos. rabisco essas patas que me partem o caminho em um, dois, três miados. tomo meu pingado e os gatos, molhados de chuva, ronronam na peixaria. pensei em gatos manhosos a manhã toda. no guardanapo de padaria, desenhei um gato grafite estilizado. era uma nova vida, era meu retrato.

Um comentário:

Anônimo disse...

miau?
carta do gato que ri?
gato risonho? hunnn
até gosto de felino do tipo snif.
mas mal posso esperar a carta da páscoa do tipo roger habbit.

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