7.2.08

dearest

give me strength
to find
the road that's lost in me
give me time
to heal
and build myself a dream


pensei que eu pudesse tocar a vida na flauta, mas toquei fora a melodia de fogo que tocava meu corpo. minha pele se abriu para a baía da guanabara. depois, pouco a pouco, meu coração se encheu de luz, virou a ponte de passado que vai de mim para nenhum outro. tudo isto porque uma ferida mortal se abriu entre a matéria bruta do mundo e a sensibilidade invisível da minha pele. tentei me esconder no espaço mínimo do sono para que não descobrissem que alguma coisa havia acontecido. até que fui descoberto nas ruínas do sonho mais próximo. perceberam o violento fluxo que nenhum torniquete consegue estancar. por isso segui os sons da música até o foro mais íntimo do mar, onde iemanjá se esconde, deitada na espuma branca. lá embaixo uma centena de caravelas em fogo flutuava lado a lado do meu corpo ferido. e não havia nem dor nem choro. apenas o desejo intenso de que, algum dia, pudesse acontecer a reparação da ferida.

Um comentário:

Alberto Pereira Jr. disse...

nenhum querido poderás te dar forças, ela deve ser encontrada dentro de vocês, de cada um de nós.

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