dear,
não sei porque preciso ir embora. não acho que esteja tarde para partir tão logo. pelo contrário. pode estar cedo demais para tantas coisas. e antes que fique partido, melhor a partida de um homem só com um pouco de antecedência. conferi os horários dos trens três dias antes. mas meu desejo era ter deixado ontem mesmo a cidade. pois agora partirei a qualquer minuto depois do seguinte. não se pode viver por muito tempo em uma metrópole mental com sonhos demais por quilômetro quadrado. é um perigo sofrer a violência dos projetos te assaltando a cada esquina, a cada palavra escrita, a cada espera ansiosa. não faço a mínima idéia de que horas sejam, mas entendo que o tempo demora muito mais do que o habitual. nesse espaço-tempo é hora do rush dos pensamentos - um tráfego intenso e igualmente perigoso. não se pode ficar sozinho num lugar assim. nenhum dos faróis funciona e ninguém sabe a hora de parar. ou talvez apenas eu que não saiba. então é melhor dar meia volta, abandonar o trânsito, deixar as ruas engarrafadas e as janelas com vista para os subúrbios. é preciso diminuir a velocidade, olhar apenas de soslaio, exigir o mínimo de atenção. aprender que a letra não caminha junto com o espírito. e esperar que, with a little help from my friends, tudo fique bem. na verdade eu não sei porque preciso ir embora agora.
não sei porque preciso ir embora. não acho que esteja tarde para partir tão logo. pelo contrário. pode estar cedo demais para tantas coisas. e antes que fique partido, melhor a partida de um homem só com um pouco de antecedência. conferi os horários dos trens três dias antes. mas meu desejo era ter deixado ontem mesmo a cidade. pois agora partirei a qualquer minuto depois do seguinte. não se pode viver por muito tempo em uma metrópole mental com sonhos demais por quilômetro quadrado. é um perigo sofrer a violência dos projetos te assaltando a cada esquina, a cada palavra escrita, a cada espera ansiosa. não faço a mínima idéia de que horas sejam, mas entendo que o tempo demora muito mais do que o habitual. nesse espaço-tempo é hora do rush dos pensamentos - um tráfego intenso e igualmente perigoso. não se pode ficar sozinho num lugar assim. nenhum dos faróis funciona e ninguém sabe a hora de parar. ou talvez apenas eu que não saiba. então é melhor dar meia volta, abandonar o trânsito, deixar as ruas engarrafadas e as janelas com vista para os subúrbios. é preciso diminuir a velocidade, olhar apenas de soslaio, exigir o mínimo de atenção. aprender que a letra não caminha junto com o espírito. e esperar que, with a little help from my friends, tudo fique bem. na verdade eu não sei porque preciso ir embora agora.
(na verdade, eu não quero. talvez eu nem possa mais.)
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