18.5.10

vanishing [again]


dear:

eu entreguei o desaparecimento ao meu corpo para que o teu sopro me procurasse no vento. e não foi por esquecimento tua mesma ausência minha: pois assinalei, de vermelho, no calendário inteiro do desassossego, os dias que não viria. e vieram, muitos, sem que eu estivesse no tempo. o vermelho ficou mais sombrio com a partida tua que não se deu. por que não foi à minha procura? não soube gritar meu nome pelas casas, pelas escadas, pelas ruas? não ouvi um só som no assovio da brisa no concreto do centro. as paredes têm cores e janelas cinzas. e são sós. como eu. como eu que desapareci na fumaça urbana, no sinaleiro da esquina, na conta bancária. desapareci tanto de ti que até de mim...e não soube mais como vir ou como voltar.

Um comentário:

Anônimo disse...

o mundo não atrapalha o amor, quem o atrapalha são os homens.

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