17.7.05

confidências.noturno.


subindo. não. arranhando os tijolos da parede. as mãos estão inchadas e cheias de sangue. não meu bem, não é sexo, é o amor que me faz enlouquecer assim. recebo bilhetes, mensagens. eu sempre quis ir a uma festa a fantasia. e descubro que não preciso: fantasias por todos os lados. e eu no meio de tudo. quer saber? mais uma noite vazia. o brilho do silêncio me incomoda, me dá cegueira. o vento faz a curva na boca da lua, que sorri, nem alegre nem triste, mas séria como uma velha. lá fora está o oceano, negro e tranquilo, sem gaivotas, sem vida, sem nada. ele engole a escuridão. quanto de mim se importa? aposte no azarão, este que sou eu. cedo ou tarde ainda chega na frente. se bem que ninguém no hipódromo, só a lembrança dos cascos. o negro se move, gesto lento na dobra do vento. um leve balançar de cascos ancourados. logo logo exponho a nudez do concreto. o que me falta? abstrato, e bem fundo.

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