25.7.05

diários.bipartido.




dia dividido em duas partes. talvez outras, mas duas bem definidas:
1. uma inteira, descida por completo ao inferno. sim, de tempos em tempos eu vou até o fundo, não há como esconder. porque só consigo pensar num valor maior, de magnitude: o amor. é pra isso e por isso que eu entrei na vida: construir. e nem me pergunto porquê, só tenho o louco desejeo de fazer. sou completamente devotado a essa causa cardíaca, entro no absoluto. e eu choro & sofro & temo porque estou sozinho e não encontro a ressonância que tanto quero. por isso de quando em quando eu visito o submundo, o subterrâneo, os corações ao redor nem batem tão forte, talvez nem se interessem por esse meu e pequeno corpo. mas eu tento e enfrento porque esse desejo de amor parece uma enfermidade sem cura e que não quer cura. só cuidados, carinho e um lugar feliz no peito. então, na longa descida da tarde até a noite, abri as comportas, abri a boca num berreiro, num choro de bezerro. nem me importei que me ouvissem. por que ninguém pega meu coração e não me devolve nunca mais? pega, guarda e fica. pra sempre.

2. madrugada depois do inferno. vi o clarão de um relâmpago, vi bem por dentro, pega na minha mão, senti o choque. e ainda espero, bem espero que essa tempestade continue. na tua e na minha boca. nem esperava, mas aconteceu. o amor espera notícia. não digo muito, ainda pouco. mesmo que por dentro eu já faça planos.

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