24.7.05

diários.d'encontros.madrugada.




não. soube que a língua não tinha esse gosto estrangeiro, mas outro, tão diferente e tão inteiro. talvez. foi devagar. primeiro, eu olhando de longe, pegava um sorriso no ar, devorava com os olhos. nem sei se viu os meus, sorrisos e olhos. tão longe, girando, mais perto. desaparece. por onde vai, coração? vasculho tudo, até dentro dos bolsos, não encontro, desencontro. mais tarde, embaixo. por onde foi? nem me responde, meu corpo tem medo. fico perto, muito perto, se virar eu te beijo, eu dizia. não sei se escutava. pega na minha mão, por favor. não? eu pego na tua: macia, um sinal, pequeno, negro. tuas mãos tão suadas, tá nervoso? mal sabia que era por dentro todo que eu transpivara. então. vem aqui, me beija. longo, muito longo, perco a cor dos olhos, é noite por dentro. acho que estamos nos entendendo. acho. tenho que ir embora. [tem mesmo? pensei. a pergunta não saía]. e fiquei, esperando, num canto. desencontro. bem que eu queria que não passasse só de uma noite. eu te assusto? pois bem. é meu coração que anda mais assombrado, agora, que sei teu gosto. não demoro. eu te espero voltar. mas antes me olha bem e mais intensamente.

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