24.8.05

correspondências.países, baixos, abaixo da água.



my dear,

eu temo a água-viva, essa água que queima. eu temo ser feito, temo que meus defeitos te assustem, te queimem por fora, porque eu tenho a água-viva e o coração em chamas. ai, coração, bandoleiro negro, vagabundo viajante que não pára nunca mais. o que eu faço pra ir pra holanda? o que aquele país diz de mim, de nós, tão baixo no meio dos países baixos, moinhos de vento, palavras que solto, entram pelas pás, se espalham? eu prefiro a sinceridade que não machuca, que me esconde no meio de tantas verdades de pedra, como esse colosso, totem de rocha, distância que nos separa. tenho tantos medos, tontos medos, que vertigem que me deixa tonto e com águas na boca, desejos. um beijo que cola, aurélia, auréola, meio anjo de fogo. me escuta agora: está tudo pronto? me diz quando for a hora que já não é sem tempo. antes que cheguem esta águas que me devoram por dentro.

Nenhum comentário:

Pesquisar o malote