5.8.05

notas biográficas: delírios II



meia-noite, são horas. subo no escuro as escadas desta casa: mal vejo onde piso, talvez em musgos, talvez em ossos, não interrompo, mesmo que pense nas escamas de tantos peixes mortos. qual mundo não encontro por trás do muro: o longe, o tarde. que demora. quero me deixar sem o que vez ou outra me estraga por dentro: o amor, a saudade. primeira, última estrela do céu, faço mapas e rotas, alcanço teu rosto. ouço a velocidade gemendo, esse vento na janela. da ponte nem vejo os barcos, as luzes somem na névoa, somem os homens, some a noite. taurino com ascendência em sagitário, tudo bem para você? acho que não importa se não acontece um brilho pontudo de estrela cadente. voltando: entrei nesta casa para juntar as frações de segundo do teu corpo. quanto tempo estou sem você? advérbios de demora, estou do lado de fora, sentindo frio. volta: cordas no relógio, quanta recordação, quanto te amo. falta nas horas o teu corpo, falta na minha vida o teu sopro.

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