10.12.05

correspondências: nossa casa.



honey,

as coisas estão todas fora de lugar: como se eu tivesse entrado no meu quarto e tudo seguisse uma outra lógica, uma nova disposição, tudo ao contrário e fora de mão. e nem sei mais se devo contar meus segredos, se devo partilhar o que tenho. onde foi parar você que não me disse onde foi? onde fui eu que não disse nada porque quis também te magoar? fora do lugar ficaram também as idéias e os sentimentos? nem sei porque aconteceu, nem o que se seguiu. e fico me pensando um pouco mais sozinho do que de costume. não tenho chorado tanto. e se o faço, não vê, ou finge não saber de mim. por um momento acabou a poesia, a união, acabou qualquer algo, assim como o tempo encerra uma estação. meu corpo agora fica suando frio, umas gotas espessas e tão geladas: me sinto doente, sinto você adoecendo do coração. tem se encontrado com outras pessoas, meio se feito de estranho, de ninguém. eu se eu te conheço o faço por esse novo egoísmo, juntar tudo que é teu e fechar a porta, não falar mais comigo. por que nem me respondeu? quanta solidão depois que saiu, depois que me deixou. eu queria todo de volta aquele começo, onde tudo tudo estava bem. quero tudo no mesmo lugar de sempre: não essa bagunça, esse lugar onde já nem sei dormir. e se isso foi outro começo, nem quero saber do fim. me desculpe [se eu também não sou eu].

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