29.12.05

notas domesticadas.


procuro notas esparsas, vejo estes rascunhos, essas coisas que nem nomino, mas me dominam a qualquer hora do dia. ouço a voz do pensamento e acordo de madrugada pra registrar o que eu ouço. não me demoro, se me demoro eu esqueço. não é sempre que posso traduzir do coração por esse oráculo da mente, demente ['esta é a luz da mente, fria e planetária', diria sylvia plath]: vozes roucas e luzes pouco lúcidas. a marinha toda está bêbada, cada gota de sangue, um marinheiro. cada pedaço de mim à deriva. o que me obriga a escrever essas coisas como quem se confessa como um coelhinho, patinhas apoiadas na parede [informação de cortázar]. e lá vem essa coisa de novo, subindo pela garganta. será o amor chegando outra vez? errata: verbo inadequado: o amor sempre esteve, aqui. o amor acorda. estou acordando de novo, assim tonto, cheio de tonturas e loucuras, e verbos atravessados, e outras coisas tantas e tolas? nem sei porque escrevo essas notas. na verdade eu bem sei. mas não creio.
será verdade?

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