2.2.06

memórias > parte terra


falo da repulsão desses caminhos, essas lavras sem domínio. sou a parte terra do mundo, também fundo do nada. imagino essa alçada e os percalços dessa vida: uma coisa dentro de outra coisa, feito labirinto. sendo assim, todas as primeiras histórias partem de um centro. e você sabe que palavra puxa palavra, como estória puxa estória. mas todo contar é uma reinvenção, um tipo de disfarce lunar. conto um conto e subverto os pontos, faço cortes, avanços centrípetos. mas são outras histórias. e você vem e me pergunta: que tipo de resposta vive nessa terra? eu te digo: só um punhado de poeria sem notas. embora, entenda bem, embora eu anote tudo, eu também invento. o que não responde é o que digo de certeza, o que acredito sinto de mentira. arredo as verdades com os pés, aceito os calafrios com os ouvidos [e com os pêlos que me arrepiam]. este lado daqui não é feito o de lá: uma ilha de pensamento, cheia de sereias coxas, em volta, cantando. quem atravessa, fica pra sempre, de encanto. um monte de terra sem caminhos de retorno, exceto pontes de contes, desejos de garganta. enfim.

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