honey,
estive mexendo em gavetas, revirando velhos cadernos. incrível como algumas notas ainda parecem fazer tanto sentido.
cruzei a madrugada pensando em você dentro do navio da insônia: olhos abertos, coração pulsando, cobertores enroscados nas pernas. cuidado! estou afundando numa luz mal cheirosa: ela me inunda e me transforma no homem da madrugada, à altura de vestimentas imperiais, coroas, anéis e carros de fogo. mas mesmo me alterando por fora ainda assim passei a noite descascando meus travesseiros como se fossem nozes, para depois agarrá-los como rochas, turfas e cordas. deito e me absorvo. a água em volta de mim escurece e me purifica: um líquido viscoso e negro como o petróleo. tão negro como deve ser a cor do amor.
eu sei que ainda não escrevi o que prometi. fico em dívida. aguarde meu retorno. enquanto isso, repito antigos modos de tratar comigo mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário