27.6.06

a teus pés.


my dear,

escrevo para te contar o segredo mais estrondoso. cansei um pouco de falar do já-sido, esse de coração se arrastando por detrás, com coleira e obediência. fico sempre te entregando o mundo interior em parcelas, tão compridas e mau pagas. queria te dar as novidades à vista, bem debaixo dos olhos, o que me custa muito serviço de alma e papel pardo. eis aqui: fiquei de conhecer frida. claro que não me refiro a kahlo, mas ambas são pintoras. la frida que voy a conocer faz retratos 3x4 do desejo. na feminilidade e no avesso, ponto duplo. acho que tomaremos café em algum lugar qualquer, sem muita pretensão, pra conversarmos sobre artes plásticas. desconfio que ela considera os apontamentos biográficos apenas um ready-made, inutilidade poética sem referencial. ou o inverso: excesso exterior, parede sem reboco. só não queria que cami soubesse. ela já suspeita que ando aos flertes com alguém. veja bem, não é infidelidade. dou a ela todo o amor do mundo. é questão de garimpo: saber de onde minam as palavras, e em quais olhos o que digo faz espelho. fico a teus pés. não diga nada a ninguém. use lacre duplo, envelope grosso e devolva tudo o que escrevo.
com amor. e pudor (arranho muitas vezes na timidez)

3 comentários:

honey disse...

q lindeza!
C.

B. disse...

inutilidade poética, eu sou. inércia. e teus textos continuam me traduzindo, me descobrindo. asão os que mais gosto de ler.

Lin's disse...

lindu____ este juro pra ti que consegui entender...

claro que naum tudo.. ahh sabe né.. minha mente naum me ajuda,,,
rsrsrs

te adoro!!!

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