honey,
foi assim mesmo? por que sempre parece que te escrevo in media res? mesmo que a história nem tenha acontecido, ainda em suspenso no ar, suspensa em cada flor dos jardins suspensos. mas o vapor de água em cada pétala custou a beleza-viva de um vermelho vivo de cada rosa. floricultura é um cultivo. um amor é uma rosa que ali nasce. mas pode chegar a hora em que a beleza bela é cortada pelo caule, embrulhada em celofane e entregue como mostra de amor. algo morre para outra coisa nascer ou crescer. alguns dias na água e a beleza dura, te olhando de jarras de vidro, como prova ou prêmio. não é preciso olhá-las o tempo todo, tampouco cuidá-las em excesso. uma rosa se asfixia tão mais cedo assim. no entanto, a beleza pura se desmancha, murcha e é posta de lado. cumpriu seu papel. vão-se os laços, os caules enferrujados, as pétalas escuras. uma rosa é uma morte-em-vida com a vida de abraços e beijos apertados continuando do outro lado. entenda que nem sempre uma flor é uma dor assim. cultivada sob o silêncio paciente de um floricultor, uma rosa pode ser um amor num crescendo vermelho rubro. sem precisar ser uma posta escarlate de sangue, de seiva bruta jorrando. o tempo da natureza é diferente do tempo das cidades asfaltadas, das metrópoles urbanas, frenéticas. o tempo da natureza é um tempo de cura. tempo lento, orgânico, duradouro que cresce por dentro com o de fora. colando corpo e forma, corpo e espírito de corpo (eu entendo de compreender meu corpo no teu espírito e meu sonho no teu ouvido). mas o amor natural é isso mesmo: uma rosa selvagem, crescendo no campo, cheia de espinhos. uma flor assim mostra como o amor também machuca e a beleza fere. não por querer. apenas por falta de cuidado. talvez do teu, talvez do meu, da minha falta de cuidado. precisava te dizer da tua beleza selvagem arranhando a minha de estufa de vidro. minhas flores de floricultura nas tuas selvagens trilhas de pétala. em suspenso, agora mortas, murchas. sem laço ou celofane.
foi assim mesmo? por que sempre parece que te escrevo in media res? mesmo que a história nem tenha acontecido, ainda em suspenso no ar, suspensa em cada flor dos jardins suspensos. mas o vapor de água em cada pétala custou a beleza-viva de um vermelho vivo de cada rosa. floricultura é um cultivo. um amor é uma rosa que ali nasce. mas pode chegar a hora em que a beleza bela é cortada pelo caule, embrulhada em celofane e entregue como mostra de amor. algo morre para outra coisa nascer ou crescer. alguns dias na água e a beleza dura, te olhando de jarras de vidro, como prova ou prêmio. não é preciso olhá-las o tempo todo, tampouco cuidá-las em excesso. uma rosa se asfixia tão mais cedo assim. no entanto, a beleza pura se desmancha, murcha e é posta de lado. cumpriu seu papel. vão-se os laços, os caules enferrujados, as pétalas escuras. uma rosa é uma morte-em-vida com a vida de abraços e beijos apertados continuando do outro lado. entenda que nem sempre uma flor é uma dor assim. cultivada sob o silêncio paciente de um floricultor, uma rosa pode ser um amor num crescendo vermelho rubro. sem precisar ser uma posta escarlate de sangue, de seiva bruta jorrando. o tempo da natureza é diferente do tempo das cidades asfaltadas, das metrópoles urbanas, frenéticas. o tempo da natureza é um tempo de cura. tempo lento, orgânico, duradouro que cresce por dentro com o de fora. colando corpo e forma, corpo e espírito de corpo (eu entendo de compreender meu corpo no teu espírito e meu sonho no teu ouvido). mas o amor natural é isso mesmo: uma rosa selvagem, crescendo no campo, cheia de espinhos. uma flor assim mostra como o amor também machuca e a beleza fere. não por querer. apenas por falta de cuidado. talvez do teu, talvez do meu, da minha falta de cuidado. precisava te dizer da tua beleza selvagem arranhando a minha de estufa de vidro. minhas flores de floricultura nas tuas selvagens trilhas de pétala. em suspenso, agora mortas, murchas. sem laço ou celofane.
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