25.2.07

principesco.


my dear,

e eram as coisas erradas que eu via. tive tanto medo de ir até o lugar onde se quebram os encantos e voltar sem a doçura de antes. sem o açúcar dos dias. e me descobri, então, pequeno príncipe, dono de uma vastidão imperial cor de açafrão. sabia que os tesouros são invisíveis? as coroas são invisíveis. deus também é invisível. e é exatamente o que não se vê que tem mais valor. eis o segredo da raposa. o essencial não aparece diante dos olhos. é sentido. estrela reina majestade. e um coração me cativa sem displicência. talvez medo. e só. medo de sofrer a leveza do abstrato ao invés de sentir o peso do concreto. irresponsável seria dizer que cativou por engano. cativar é cultivar. não se pode abandonar depois a rosa, nem a rosa se deixar. então eu tive que viajar para lugares que não sabia nem de cartão postal. viajei para aprender quanto errado eu via. cerrei os olhos: não eram campos de trigo nem passos de cabelos dourados. eis o que ganho: memórias, vozes, juras. (eu juro que consigo). 43 pôres-do-sol depois. beijos

2 comentários:

B. disse...

É difícil, mas e o que não é?

Anônimo disse...

"tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". linda mensagem, não? eu adorei esse livro. e confesso que estou adorando ler teus textos sabendo do 'backstage'. outra visão, não menos plena, mas outra visão.

:)

e acho que não tem jeito, nascemos e vamos indo direto aos lugares onde os encantos se acabam. terminamos, quase sempre, voltando sem doçura alguma. ou pior, com amarguras.

"medo de sofrer a leveza do abstrato ao invés de sentir o peso do concreto"

eu tive um ex-namorado (o melhor deles) que vivia a me chamar de pequeno príncipe. eu ainda não tinha lido o livro, mas achava ilógico porque nunca tive cachos loiros no cabelo. li o livro e fiquei encantado pela imagem que ele tinha de mim. adotei a alcunha e fiz até um email 'petitprinx@...' só pra ele. vivemos bem até que a serpente surgiu e o final você bem sabe.

saudades de você
prazer em estar aqui
tô me despedindo pra poder voltar.
abraço.
não,
beijo.

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