11.5.07

o passado.


dear,

o passado é apenas uma sombra trêmula no ar rarefeito. um lugar impossível de respirar e mais impossível ainda de crer. de hoje em diante o que deixo atrás de mim é apenas a lembrança de um medo. um medo que atravessou janeiro inteiro até um abril de aniversários despedaçados. não me convencem mais os telefonemas bêbados nem os bilhetes curtos de amor. podem continuar passando os recados por baixo da porta que não me interessam mais. na verdade não me interessam há muito tempo. há quem ainda não saiba disto. eu perdi a ilusão, meu bem. e quem antes viveu a fantasia de um veraneio amor agora se perde na esperança de um eterno retorno. e não há mais retorno. a não ser que seja uma catástrofe. se já não o foi. não preciso me debruçar no asfalto para recolher os cantos de uma vida pregressa. não me servem nem como recordação. depois que encontrei o verdadeiro mistério, a curva de um olho cruzando o acaso, meu corpo se encheu de um sol do meio-dia. no qual não há sombras ou passados. estou feito de presente e como um presente de menino-esfinge sou feito. não preciso de mais. quero apenas um pedaço de vida e alguém sob medida.

2 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

...e se só o passado existisse?
seríamos hoje como que empurrados por ele em direção ao futuro, sem nos darmos conta do presente, que seria um instante que já passou... WB, HB, MM e eu.
...acho mesmo que só existe lembrança e percepção...quem sabe?

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