22.6.07

revolução.


honey,

uma multidão de pensamentos invade as ruas da mente. deve ser isso que é uma revolução. eles montam barricadas de memórias, usam fuzis de recordação. e todos dizem que é preciso, é preciso avançar a despeito do passado, em direção a um lugar mais limpo e menos ausente. como se eu pudesse dialogar com o mistério, com a criação das coisas feitas e desfeitas pelo laço do destino. os revolucionários então marcham pelas avenidas, vestem roupas vermelhas e gritam palavras de desordem. quebram vidraças e põe casas pré-fabricadas abaixo. tudo é caótico, um fluxo, um refluxo de contra-correntes esfarrapadas. eu nada sei sobre marat. não podem querer mais. sou um burguês caminhando com a estampa de che guevara na camiseta e nada sei. não sei o que querem. (bem sei, mas são muitas coisas ao mesmo tempo). sei que choram as águas do mar, choram as escadas da torre do campanário, choram os amantes distintos e distantes. não consigo ver os rostos, não consigo me ver no espelho. acho que a neblina desceu sobre todos. sobre mim. há muita fumaça e canhões fazem estrondo. gritos e correria. me pergunto se deus conhece a anarquia dos corações em pranto. acho deve ser muito solitário ser deus e deve ser terrível conhecer as revoluções em cada dobra de pele, em cada esquina e canto de olho. a solidão de deus é uma surdez. e pobre de mim, apenas com a mudez dos que sentem demorado e sem jeito. de quem vê soldados que nada fazem, que deixam os homens decapitarem o monarca e gritarem: o rei está morto, viva o rei e as leis do pensamento frouxo.

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