honey,
estou tão triste em saber que esvaziou os copos, deitando fora a alma inteira que os preenchia, a minha e a sua. sinto ter decepcionado seus sonhos, revertido o feitiço, o sopro, o corpo. mas, não, as cartas não mentiram jamais. é tão triste escrever sabendo que sente minha falta com menos entusiasmo. que não espera realmente me ver, nem nada, muito embora me convide vez em quando para conversas cheias de conversas [outro modo de dizer o encadeamento do pleno por trás do vazio]. é quase como se você quisesse me dizer que mata as saudades que tem de mim com suas próprias lembranças, suas imagens pop, seus simulacros. e não é assim comigo, pois eu não esqueci o seu nervosismo de viagem, o seu cuidado imerecido, a cama a dois cheia de aforismos. saiba que eu tenho o que esquecer. não é assim, com você me dizendo que são as lembranças mais bonitas que geram o esquecimento. as matérias da memória estão disponíveis, ao alcance do coração, mas já me acostumei com você fazendo vaticínios e anamneses de uma lacuna improcedente. parece que me acostumei com você fazendo leitura dos meus lábios, dizendo exatamente o que eu sinto ou faço, que ando cada vez mais me calando. risquei umas tantas cartas, omiti umas tantas partes, interceptei o correio, me arrependi. se a saudade não voltasse nunca mais seria tão mais fácil. mas ela fica à espreita, acenando nas paradas de ônibus, nas calçadas, nas escadarias. eu queria escrever só para ver se você me perdoa. eu fui tão culpado por tudo, de uma culpa inocente de tão tola. avisa que não vai embora no carro de fogo, que esquece tudo, que me aquece e pronto.
ao som de ne me quitte pas, com nina simone
estou tão triste em saber que esvaziou os copos, deitando fora a alma inteira que os preenchia, a minha e a sua. sinto ter decepcionado seus sonhos, revertido o feitiço, o sopro, o corpo. mas, não, as cartas não mentiram jamais. é tão triste escrever sabendo que sente minha falta com menos entusiasmo. que não espera realmente me ver, nem nada, muito embora me convide vez em quando para conversas cheias de conversas [outro modo de dizer o encadeamento do pleno por trás do vazio]. é quase como se você quisesse me dizer que mata as saudades que tem de mim com suas próprias lembranças, suas imagens pop, seus simulacros. e não é assim comigo, pois eu não esqueci o seu nervosismo de viagem, o seu cuidado imerecido, a cama a dois cheia de aforismos. saiba que eu tenho o que esquecer. não é assim, com você me dizendo que são as lembranças mais bonitas que geram o esquecimento. as matérias da memória estão disponíveis, ao alcance do coração, mas já me acostumei com você fazendo vaticínios e anamneses de uma lacuna improcedente. parece que me acostumei com você fazendo leitura dos meus lábios, dizendo exatamente o que eu sinto ou faço, que ando cada vez mais me calando. risquei umas tantas cartas, omiti umas tantas partes, interceptei o correio, me arrependi. se a saudade não voltasse nunca mais seria tão mais fácil. mas ela fica à espreita, acenando nas paradas de ônibus, nas calçadas, nas escadarias. eu queria escrever só para ver se você me perdoa. eu fui tão culpado por tudo, de uma culpa inocente de tão tola. avisa que não vai embora no carro de fogo, que esquece tudo, que me aquece e pronto.
6 comentários:
"Nossa tristeza é uma energia que liberamos para curar. A tristeza é dolorosa. Tentamos evitá-la. Na verdade, descarregar a tristeza libera a energia envolvida em nossa dor emocional. Contê-la é congelar a dor dentro de nós. O slogan terapêutico é que o sofrimento é o 'sentimento cicatrizante"
Nao ha como lutar contra isso quando se ama sozinho, o amor precisa de cuidados a dois... se nao for possivel, melhor que seja uma boa lembrança. para nao virarmos vitimas de nós mesmos e transformar o amor em algo cruel, fazendo de quem se apaixona sozinho, um não amado, a maldição ambulante dos amantes. melhor deixar o coração esvaziar.perder o entusiasmo. o vazio que fica se faz vivo e ainda assim da a vida.
sabendo que sente minha falta com menos entusiasmo. que não espera realmente me ver, nem nada,
é quase como se você quisesse me dizer que mata as saudades que tem de mim com suas próprias lembranças...
a saudades sempre espreita..s empre retorna nos momentos mais impróprios para os nossos corações partidos..
e que é das coisas mais lindas sempre.
como sempre fico sem ar,,,,
ricardo
www.diariodeummago.blogger.com.br
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