1.3.08

across the universe



dear.

não há nada lá. nem no fundo, onde o casco se arrasta e rompe. por algum tempo pareceu. depois, desapareceu a mínima sensação de existência. quase como um império de luz da lua nova. ou como os burburinhos do mar exausto. não há nada lá. nem no topo, onde o avião rasga e queima o ar. a princípio soou verdadeiro. depois, o vento violentou por inteiro os telhados. não há nada lá. nem no corpo, onde a pulsação continua a mesma diante da vida ou da morte. pensei ter ouvido um som de tambores africanos, mas era o eco do meu próprio batimento acelerado, subindo até as caixas acústicas da garganta. depois, vi a coragem de um exército de sangue bater em retirada, tremendo. não há nada lá. nem na alma, onde a luz de deus refrata ou reflete os desejos do pensamento. era miragem suburbana a doce alma brilhando no meu quarto de dormir. depois, vi os pedidos de estrela cadente voltando todos para o céu, desintegrando-se no vazio do espaço. não há nada lá. nem nunca houve. então por que o trabalho de faltar com a verdade e acreditar num idílio que existiu por um tempo apenas do lado de cá? baby, bye, bye.

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