10.6.08

bliss.




honey,

amo você com a doçura das abelhas-rainhas e com a exaustão das palavras leoas. mas hoje, meu amor, eu escrevo às ferroadas, fazendo a enunciação do meu ciúme ao grafar estas frases sussurradas, dolorosas e cheias de veneno. claro que não percebeu meu brilhante e anafilático choque. escondido eu estava, por trás da roupa lunar, até onde não mais podia. e antes nos despedíamos com palavras e beijos. fazia você jurar sem perceber o meu próprio juramento. e você voltava, voltava para mim, todas as vezes e do mesmo jeito, como se nada. mas agora que você percebeu a rachaduras, a tristeza por trás do muro, a insegurança do pulo, o que vai ser de mim? o que acontece agora que eu vi a porta fechada, o clic da maçaneta, suas costas de costas indo embora daqui? meu amor, antes eu chorava porque quem pega os fragmentos do dia e vê a porta entre-aberta sofre de incerteza. da crueldade de quem não sabe direito o que vê. então veio esse vento de cão ganido, escancarou a porta, mostrou e cerrou tudo. e talvez tenha se encerrado o medo, pois fui colocado diante dele e sem escolha. que fazer das juras se não posso? que fazer dos rastros que não apago? que fazer dos pontos que não entrego? eu sempre soube o que fazer deles quando você não sabia. sem mais, como posso saber se me escuta? se vai me pegar jurando pelos cantos ou vai pensar que me viu? é tão doce o amor que tenho. não preciso de mais doçura nem de nada. preciso que reinvente a distância que nos separa, que repense a proximidade que nos separaria. seja tão bom para mim, quanto sempre foi. please, keep the bliss.

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