4.10.08

o invisível da raposa.

o apelo da realidade é um prazer. mas eu vi mais de cem vezes o inverossímil. e era você, em seu efeito cinema. desisti da tela e insisti na viagem. o lance era ver para lembrar, em primeiro grau, as coisas que fazia. depois que vi os 101 dálmatas, todos meio zebras, borrados, resolvi descer os degraus, falar bem de perto e em bom tom. descobri que de longe qualquer dublê pode tapear muito bem. pois não eram mesmo zebras em vez de dálmatas? fiquei tão frustrado que cheguei a enjoar, enojar da sua cara lavada. depois disso, da lógica contra a ilusão, optei por me valer das fotografias para ver as lembranças. em segundo grau. mas encontrei a mesma coisa encenada de antes. foi por isso que fiz da arte fotográfica meu ritual primitivo - feria a representação para rasgar sua representação fotografada para mim. em terceiro grau. depois era acusado de incoerente e outros adjetivos com in-. não quis mais dizer. então você corria para cá e tentava adivinhar meus segredos. fazia chantagem até. ainda bem (?) que não entende o campo de trabalho. aqui é o lugar da transmutação alquímica: de 1kg de chumbo grosso da vida se faz 100g de literatura pura. e o que não entende, não vai conseguir ver nunca.

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