19.1.09

a campânula


honey.

o vazio está penetrando tanto em mim que chego a criar eco nas entranhas. não deixe o dia terminar sem falar comigo antes, please. mesmo não sabendo comunicar, eu preciso. não pense que é sobre o vazio que preciso comunicar. é, sim, sobre o amontoado de experiências equivocadas que o precedeu. não há nenhum colorido no que digo. tudo que há de mais imediato e verdadeiro está nestas palavras. tudo porque algo de gigantescas proporções nasceu a partir do grau zero, febril, caloroso, doente. não estou escolhendo o léxico nem a sintaxe. não estou sofrendo por um punhado de poemas. os poemas em si não são eu. meus olhos podem dizer eu. os poemas dizem tu. a literatura sempre salva um homem, prolonga a estrada. a vida condena, finaliza e faz embrulhos. a linguagem me refrata e não consigo comunicar. a vida, reflete, instaura a coisa toda. é tarde, e triste. não me deixe caminhar descalço pelo jardim lá fora. a câmpanula de vidro está prestes a descer de novo - a cor, as sombras, a janela fechada - sufocante. é quase imoral pedir para que o esquecimento me livre do que sinto. é quase obsceno pedir para que a destruição aconteça. se tivesse sido outro o pedido, talvez acontecesse. já não me humilho mais, não peço de novo. não impeço o vazio de continuar me enchendo de eco, vácuo, zero e nada. antes pudesse me encher de: você.

Um comentário:

Anônimo disse...

Analisando o ponto de vista abaixo.
são os dias, que sempre, eu vejo.
E que posso esquecer.Que nem sempre,e bem comum,Podemos sempre mudar.reflexão de alguma coisa.a cor,as sombras,a janelas fechada.
odio ou amor,deixa esquecer?orgulho.

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