25.1.09

guernica


my dear,

escrevo para o soldado cansado e faminto sentado à minha porta. também escrevo para mim mesmo, entocado na linha do front. já estou cansado da beleza dolorida, da soleira da vida. isto é uma guerra, um estado de exceção. preferiria o êxtase, o melhor dos estados. talvez haja uma capital também, o amor. por enquanto, só há o no man's land - onde tudo que é negativo permanece. sem contar da exaustão lá de fora, das promessas e da ignorância. desejo que nunca mais acabe a primeira vez que vi você. são essas linhas da minha terra, a fronteira entre a lembrança e o que posso ter por agora. estou acabado. o soldado lá de fora espera asilo. acho que não estou enxergando. posso demorar, porque vou tateando vacilante no escuro. tateando no medo de amar o objeto amado, nos medos do seu corpo. lendo em braile o que nunca quis me dizer. e aquilo que não mais.

p.s. eu te amo. se quiser entrar, a porta vai aberta.

4 comentários:

Anônimo disse...

Legal muito bom!!!Também esse texto.Um pouco de lembrança,a primeira visão.As linhas de minha terra.Desde o começo até o fim.

Neto disse...

Legal muito bom!!!Também esse texto.Um pouco de lembrança,a primeira visão.As linhas de minha terra.Desde o começo até o fim.Complemetando palavras e mistério que eu inventei.

nandoav disse...

eu quero!

Anônimo disse...

Toc, toc (...)
D'

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