13.9.09

reiki lounge nº 2

my dear,

o signo ascendente subiu até a estrela próxima, algodão por algodão. eu disse que era para se aproximar, que não precisava ter verbo de medo. por que não quis ouvir o zodíaco? esperei na janela a voz inteira da noite sumir. e você não veio nem trouxe de volta o que eu quis. pensei três horas se deveria ou não fazer um pedido. deixaria-me perdido pedir. e como não tenho feito honra aos incensos queimados, às cartas marcadas, às coisas escritas: fraquejei. por vontade e por melhor deixei só o silêncio sublinhando o valete de copas. deixei o silêncio só, sem mãe, rascunhando os naipes no tapete da sala. deixei o silêncio em casa, só, preenchendo de cor o silêncio que ele mesmo fazia. deixei, já sei de cor, deixei a solidão e o silêncio na minha parte vazia. ainda me perguntei: o que fazer do touro de mim, que se desmancha, e do outro, o meio cavalo meio homem que vai surgindo aos poucos? fortune-teller, por que você não me trouxe o futuro, por que você não quis ouvir? era para o mundo me dizer: 'ponha suas mãos em mim, ainda com a cara de ontem, com o som lounge da última noite, pela segunda vez'. era para o signo subir, costurando vestes brancas pela noite, cosendo roupas deliciosas de dormir. era para ser um sonho tudo que nascesse do monturo do passado, por cima do muro de tudo que é presente.

2 comentários:

nop disse...

aiiiiiiiiiii.. tudo que você escreve é tão belo :}

tiago sem h disse...

O segredo contido nas cartas jogadas à revelia talvez possam demonstrar o quanto pesa o silêncio na nuca do ser meio cavalo meio homem. Na imensidão da noite e na solidão dos astros, ele procura a voz da lua em touro. Que não custe a encontrá-la.

Pesquisar o malote