18.9.09

reiki lounge nº3


my dear,

tenho comido brotos de trevo. para dar sorte. como com avidez todo o trevo que tenho, todo broto, na esperança de comer a sorte. é a sorte um trevo de quatro folhas. talvez a sorte de ter mais que um retrato 3x4 seu comigo. ou a sorte do futuro, do que vem ainda, depois do broto. então é missão do estômago saber o que o coração planta. igualmente a sua saber de tudo [ainda]. aprendi um novo sabor: torradas com geléia de damasco. cansei da amora e do morango, sobretudo das lembranças do seu corpo em mim e do cheiro dessas frutas nos pêlos de sua pele. a boca, os dedos, as coxas lambuzadas de geléia. eu sou abelha, eu sou o ferrão. noite passada tive sonhos: você aos doze anos; eu por doze vezes amando a infância e o vir-a-ser. eu era beija-flor e lambia o primeiro verde dos seus anos. era quase uma pedofilia, o amor. então como os brotos. quero ter a sorte de ser. e ter. há a loteria do amor, o grande globo de bolas cantadas e os números idênticos na cartela. eu aposto tudo o que posso. não preciso saber se faz o mesmo. eu só queria, só preciso, desejaria nunca ter conhecido: você. a cidade está perdida, por isso sei quando está aqui. as ruínas da terra santa ainda ficam espalhadas pelo asfalto, pela europa de cá. por três países desci do mundo e nem conto as coisas que vi acontecerem. vi três chorões chorando nas ruas, vi por três vezes meu retrato em preto e branco. um tornado, uma jaula, um cordeiro. ouvi dizer que eu amo o infinito. também me ouvi dizer o quanto amo enquanto como o desejo que sinto. de você, de você eu como o broto.

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