25.4.10

i will

dear:

é preciso perguntar se realmente o espírito não tem voz, é preciso saber se tenho negado a linguagem do corpo. estive me enroscando em tuas pernas, em tuas coxas, em teu pescoço e ombro, estive em tu a noite inteira. e o quê? era medo mesmo de te perder, de perder o pronome que liga o eu ao tu, o pronome que faz a conexão dos espaços de frase - ainda que mal empregado nos verbos do presente. a ponte não era japonesa sobre o jardim, nem efeito da fantasia da cegueira nem resultado de mim ou de ti em passeio com o tigre. satisfaça-me: eu te peço. ainda mais eu peço: deixa-te satisfazer. e, assim, quando chegar a hora em que o espírito tomar a boca, em que o corpo tomar a palavra - irei seguir teus passos ainda que na sombra na noite.

2 comentários:

Unknown disse...

mais uma vez retorno a tua página com a sensação única de estar diante de textos conduzidores, como são as pontes, de um extremo a outro levando a algum lugar bonito. :)
bjns.

Anônimo disse...

eu vou procurar nos retratos uma face para amar.

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