22.5.10

pedra, parede, pó


honey:

tem razão: há algo de mais poderoso aqui que a voz das águas. meu discurso tem sido arrogante e mesmo indiferente a todos os rastros de remo. era exatamente isso o que eu temia - 'estou chegando lá'. e para dizer a verdade, sem ficção, não me espanta o desencanto. não é culpa minha, nem é simples intervenção estética. minha intensidade afetiva de fato perdeu-se no asfalto de uma auto-estrada. depois disso comecei a fazer uma lista das palavras que mais agradam meus ouvidos. dentre elas: encouraçado, civilização, barbárie, legionário, espólio, chumbo, aço, aro, inchaço, edema, poema. com exceção da literatura, tudo parece pesado e um pouco sombrio, reflexos da metrópole e da matéria que nos esgana. tudo é pedra, parede, pó. a repetição da dureza no meu corpo tem me colocado a disposição de ser também pedra (um pouco manoel de barros). por que é que não é assim então: deixar de ser interessado para ser interessante? quero voltar a gostar das mesmas palavras de antes, ser mais ingênuo e muito mais apaixonado. vai, me liberta, por favor. risca meu horizonte com um bonita canção de amor.

5 comentários:

Anônimo disse...

Será que te convenceria uma canção de amor com palavras simples?

Anônimo disse...

Será que te convenceria, uma canção de amor com palavras simples?

Anônimo disse...

MM, como sempre, belas palavras.

Anônimo disse...

Mudou tudo no amor Outra cara Outra forma de ver e sentir O que antes eu não entendia Agora é ouro pra mim

Unknown disse...

ouro! o Anônimo diz bem, e para quem já te entendia, torna-te diamante :)
hum mil de abraços fortes. vou reler mais vezes todos estes últimos fragmentos que te fotografaste ;)

Pesquisar o malote