12.9.10

a rua


amor:

a única coisa que não temos em comum é o endereço. de resto, as almas são uma só. e sabendo disso sinto-me tão maravilhado e humilde. inteiramente grato a um deus tão doce. para que eu não perca essa dádiva, chego a pedir a Ele para extrair um pouco a doçura de mim, pingar umas gotas de própolis, soprar um tanto de pólen nos meus lábios. é que, sinto muito, mas eu ainda não aprendi a não lambuzar as palavras e os abraços - estou deixando tudo minar como uma seiva impetuosa, sem o aprendizado de como estancar uma ferida desejada. amor: para eu que viajava pelo mundo em busca de ti, teu corpo é uma nova terra, um novo mundo, o outro continente americano. vendo-te assim, so paradise lost, eu chego aos milhares como os beija-flores, apenas para te saudar aos beijos. é tanto desejo que quero me perder neste lugar intocado e ser parte da natureza selvagem de que é feita a tua semelhança . perdoa, perdoa se eu só sei me perder em ti para nunca mais me encontrar do outro lado, talvez seja porque de ti não quero mais voltar. ou pela razão de que sem ti já não sei mais me encontrar - localizar ruas, quadras, esquinas, bairros. em verdade, amor, intuitivamente esta correspondência segue para um mesmo código postal, acercado das nossas peles coladas: tu-em-mim-eu-em-ti. 

2 comentários:

Anônimo disse...

à mourir

Anônimo disse...

adorabile

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