31.3.11

desde sempre


honey:

desde sempre. acredite quando digo porque é deste modo, e não de outro. quando o templo foi erguido, o tempo de duração foi se prolongando pelos dias, erguendo-se no entremeio dos tijolos. meus olhos tocaram o campo germinado dos teus olhos e assim: desde então este encantamento, onde me guardas em vaso de terracota, talvez coberto de vermelho. não deixo de entregar sussurros aos teus ouvidos, todos ao modo de um canto baixo, fundidos na linguagem do bom e do bandido. por essa razão, é bem provável, eu goste de te ver se encolher e sentir arrepios. gosto mais ainda de me encolher nos teus calafrios até tornar-me pequeno e suculento. o calor do nosso abraço te faz farfalhar feito o vento, momento em que pressinto a remessa emparelhada de uns bocados de beijos. é bom sentir-te pela casa, saber que aqui habitas, apesar de não habitares ainda. faço o jogo infantil de refazer teu trajeto só para recuperar os trejeitos feitos que o corpo meu não viu. é uma saudade a tua partida pelo corredor. mesmo nas temporárias estadias, corro para buscar-te em outro quarto, por puro ciúmes do quarto de século que não te tive ao meu lado. pois, o que digo? não se olham as horas desperdiçadas, é daqui para diante que importa. o templo foi levantado. mas saiba que há muito já estava: e desde sempre, e como da primeira vez.

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