26.10.12

iluminuras

honey,

depois da luz, deus fez você. para que, com seu corpo iluminado, pudesse dar a ver a verdade dos seus olhos. e no primeiro momento da primeira hora, o vento soprou sobre os lírios do campo. nunca mais o dourado seria o mesmo. nunca mais teria o significado visual dissociado da memória dos seus cabelos. de centenas de raposas iguais umas às outras eu via apenas uma. a que enxergava o trigo no campo como eu enxergo o lírio. ela tinha um príncipe; eu tenho você. e porque nos cativamos temos um segredo, invisível. daquela ponta até aquela outra ponta da europa, a mais ocidental delas, fizemos um território essencial - castelos, reis, reinados. os beijos são portugueses nos paralelepídeos, são doces e árabes nos calçamentos e no casamento de nossas mãos, espanhóis. entrelaçados, os braços que abraçam criam laços ainda mais apertados de amor. os olhos já se podem, os olhos se caçam, os olhos não se cansam de perder-se. desde a primeiro hora já sabiam que algo aconteceria, só não sabiam quando nem como. então deus inventou a luz, a grama, a savana, o vermelho dos seus fios. foi quando eu vi seu corpo iluminado me atravessando os ombros. e, atravessado, cai capturado por um campo primaveril, cheio de flores douradas. 'olhai os lírios do campo e molhai-os nas águas azuis do cais', disse o próprio deus. eu olhei e amei o que vi nos olhos seus.

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