5.4.14

honeymoon

honey,

não havia sorriso que corresse mais solto do que aquele de nós dois, imersos na euforia da passagem, idênticos ao festejo da paisagem. o mundo poderia estar à míngua, pouco nos importava, nada impediria que o fogo de sermos um deitasse longo pelas pradarias, dançando as labaredas do amor sem o pudor de um campo aberto. uma vez desperto o que nos cabia, nem feitiço adormecido, nem o destino escrito em alexandria, nada-e-ninguém nos impediria de estamos perto, pertencendo um ao outro como o bem-aventurado habita os domínios da alegria. se acreditássemos ou não em deus, rezaríamos de joelhos bem juntos, como se em milho e arroz fosse, com as mãos espalmadas coladas em devoção, pois apenas nosso criador poderia ter assim enlaçado coração com coração, tatuando nas nossas bocas palavras de amor e fúria, também de injúria por não termos nos encontrado antes. também choraríamos baixinho, e em segredo, o fato de quase, certa noite, termos nos atirado da ponte dos suspiros. então a vertigem sofredora dos santos verteria sua graça sobre nós, conectando o espírito dos teus olhos enamorados aos meus, iluminando os meus olhos nos.../

/...lençóis amassados de um sonho dourado, de uma janela aberta a um sol não convidado, de uma cama ausente de ti e, por vezes, até mesmo de mim.

.: marcio markendorf

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