7.2.17

Ao curado por deus

Das montanhas, quero o movimento, o trânsito pleno no espaço, o encurtamento que somente a fé provoca entre dois pontos. Eu quero: usted. A hóstia, o pão, o sangue crístico, também a ressurreição das memórias, a remissão das faltas pretéritas e de agora. Quero ter a cabeça cortada de Isaac, a doce boca de Iokanaan - sacrifícios doloridos da paixão. Como o do Filho, em via crucis, os braços abertos num abraço de nunca, chorando o abandono do pai. E do país, uma terra de promessas, um deserto vasto antes de Canaã. Abandonado à sorte do jejum e da morte, voltando a todo recuerdo como Lázaro na gruta quente. Eu vos digo: quero ser aqueduto, em linha reta, jardim em suspensão, suspeita que eu quero. Ainda agora bebi o salmo, o mel, engoli Salomão e Reis, fiz poesias de Eclesiastes, me ajoelhei por você. Abri o peito, vermelho mar, revolvendo o Egito para depois, dando adeus, abraçando errância, dando as costas a deus. Menos a você, esta fragrância de erva e bezerro, imolação de. amor tenra e eterna. Como os lírios, os castelos e os dragões vindouros do céu férreo. Eu quero verdade, versículo, verbo. Quero que se faça a luz, o sétimo dia, um jardim de éden bem semeado. Tudo para que possamos dormir juntos, hasta siempre, completamente inebriados de aurora.

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