31.8.05

notas animais. felinas.



ordem natural. por algum lado começa. em geral por dentro, expandindo do fundo, subindo em direção à garganta. vou mesmo dizendo o que sinto, nem espero resposta. quer dizer, despisto, finjo muito bem que não estou nem aí. no entanto, caio na cama de gato. não consigo sair no meio de tantas malhas e fios. meu pé se enrosca na letras, minha pata nas linhas. meu bigode sente tudo, mesmo curtinho. não estou curtindo com tua cara. uma gata tem três cores. estou malhado: branco, marrom. subo no muro, meio felino, fico miando horas e horas. ordem natural? por que ainda não começa? me empurra que eu caio em pé, de quatro, por você.

27.8.05

correspondências, diz o que não digo.




my dear,

aqui nada é correspondência: um ir e vir igual e ao mesmo. perdi minhas chaves, identidades, estas cartas não abrem. eu não sou o que sou, mas posso dizer do que vou me fazendo: linguagem, amor. quantas cartas eu não te escrevo rasurando tantas verdades, lambendo os selos com tanta mentira. porque eu preciso ir me desviando, dissimulando esse real da vida, tão duro, tão preso, biografia que não me liberta. o que vou te escrevendo não sou eu, mas sou tudo aquilo que quer que eu seja. fico bonzinho, abano o rabo, meio cachorro, nos dois sentidos. me perdoe se digo essas verdades que logo rasuro. me perdoe se mando essas mentiras que eu lambo. mas o tempo é tão curto e tão longe, e estou tão doente, andando de descompasso entre o dia lindo lá fora e as janelas cerradas aqui de dentro. nem sei por onde terminar, nem sei por que começo. me arrisco a incompreensão do correspondente que nem me responde. hoje eu escrevo a vida como quem escreve o amor: essa nossa história ainda em rascunho. beijos & saudades.

24.8.05

correspondências.países, baixos, abaixo da água.



my dear,

eu temo a água-viva, essa água que queima. eu temo ser feito, temo que meus defeitos te assustem, te queimem por fora, porque eu tenho a água-viva e o coração em chamas. ai, coração, bandoleiro negro, vagabundo viajante que não pára nunca mais. o que eu faço pra ir pra holanda? o que aquele país diz de mim, de nós, tão baixo no meio dos países baixos, moinhos de vento, palavras que solto, entram pelas pás, se espalham? eu prefiro a sinceridade que não machuca, que me esconde no meio de tantas verdades de pedra, como esse colosso, totem de rocha, distância que nos separa. tenho tantos medos, tontos medos, que vertigem que me deixa tonto e com águas na boca, desejos. um beijo que cola, aurélia, auréola, meio anjo de fogo. me escuta agora: está tudo pronto? me diz quando for a hora que já não é sem tempo. antes que cheguem esta águas que me devoram por dentro.

22.8.05

correspondências: belezas, partidas.



my dear,

o amor está fazendo falta, fazendo ausência. me pergunto se está se fazendo longe porque não me quer por perto. a distância pode ser medida tanto por saudade quanto por kilômetros entre um ponto e outro. mas como medir o que sinto agora, sem que não saiba exatamente por onde foi você? sei, apenas, que foi embora, embora tenha deixado suas coisas espalhadas, devolvido meus presentes, esquecendo nossa história pela casa. me aperto pelo corredor, tudo parece pequeno e por onde você vai? leio bilhetes, esse teu quem-sabe-um-adeus, mas nunca dando a me entender um final, como se fossem reticências e suspiros os teus pontos ao término de cada frase. te descriptografo, te descubro me dizendo de ouvido, como tanto já fiz e como tanto já sabe que eu faria: por amor édipo decifrou a esfinge, por amor eu te decifro. não, mas não me deixa porque é impossível ficar sem você: é de amor que me faço, de amor que me visto, não me deixa nu em pêlo, não me deixa no frio. fica comigo que eu também te esquento. não me deixa no áspero impossível, no incontrolável de ficar sem teu corpo. estou fazendo promessas pro teu retorno, pro teu recente ressentimento, pras palavras burras que eu te disse, sem pensar no instântaneo, retrato 3x4 de mágoa e coração. eu te espero & também te quero & também te amo. fica pra você: uma rosa, duas rosas, meu nome, teu nome, nossa vida, tanto amor.

20.8.05

correspondências: recortes.

my dear

partida, contrapartida. compartimentos: porta-luvas, porta-malas: não demora, vem de encontro que eu te encontro onde estiver. onde esteve todo esse tempo? o temporal de ontem à noite encheu o escuro de água. até as estrelas saíram molhadas. lá fora vi os girassóis cabisbaixos, magoados, aguados. fiquei em casa, montando quebra-cabeças: recortei tuas fotos, fiz um jogo: eu remontava teu rosto, adivinhando teus pedaços. ficava feliz em ver tua boca toda inteira de novo. e que sonho: inteiro mais uma vez teu corpo entrava no meu sonho, eu de clandestino, de viagem no teu. repartir, partir: ponha-se a caminho, vem embora, porque não te divido com ninguém. [telegrafo mentalmente o que te quero, recepção meio ruim, acho que você não ouviu]

19.8.05

diário: considerações acerca do amor.



eu sei que morreria pelo amor. eu o procuro desde antes dos tempos e talvez ainda muito e muito depois. essa é minha razão: amar. mas o amor, vigarista, mente pra mim, me engana, se esconde, se finge - não o encontro. me encorajo, me encouraço: políticas de corpo, junto pedaço por pedaço, sampleando-me. corpo interrupto, estou acostumado a saber sempre do amor como interrupção, fragmento, impossibilidade. e entrando por esse labiríntico de passagens e lacunas, vou ficando doente, vendo de longe, de sopro os amores todos mortos sem cadáveres. no entanto que pulsão: sinto essa coisa fantasmática, meio sombra, meio eco me seguindo noite e dia. essa violência, esse vazio, essa solidão que me desorganiza. talvez o amor seja uma mentira, neverland, never more, um ritornelo, retrocesso, histórias de repente. amor, por que me magoa? seja mais doce do que me mostra, mais suculento também, não esse roer de ossos e tutano. espera: vou me preparar. quem sabe eu ainda esteja cru. e me preparo pra tua chegada e pra minha partida: desses trilhos magros e sem vagão.

18.8.05

notas de aula. gilberto freyre.



[tabaco.açúcar]territorial, margem em contraponto, contra-margem, meio ilusório, artifício. duas horas de viagem, chegada: coração chega antes do corpo, em qualquer lugar - cairo, paris, boston. por que tanto medo? ressonância, colisão. quanto acaso, por acaso sente saudades? eu sim. mas não leve a ferro e forja. mais calmo: fundição e poesia: e estaremos juntos. nem precisa muito. faça as pontes, continua com as palavras bonitas, desejos, vontades de beijo, de dormir comigo. [contrates na teoria barroca, espiral, europeu, casa grande] contraponto? contra-vírgula: uma pausa, suspira, continua comigo, assim: clandestino. [aristocrático, insurgências, ressurgências: palavras desta aula: enfadonha] melhor pensar em você porque me interesso mais pelo sentimento cardiocrático, regional, açoriano-alemão, subtropical, superafetivo. profusão - love profusion no ouvido, também no coração.

17.8.05

[er]roteiro.cinema [i]mu[n]do.




fica fácil olhar as coisas assim: sentado no chão da cozinha, café solúvel espalhado por todos os lados, a água da geladeira dissolvendo tudo, piso branco, meio marrom, meio água, meio tédio, meio caco de vidro e sangue de aperto. nada romântico, quadro por quadro, se quiser um close up: na mão sangrando, dedo anelar; na cara de choro, olhos castanhamente estristecidos, meio brilhando; no vidro de café, em mil pedaços, um formigueiro aguado.
nada tão triste, mas desse modo mesmo.
quem sabe, música de fundo, algo meio jazzy.
ou um silêncio insuportável, entrecortado por uma coriza.
'não estou ouvindo'
'não, eu não estou'
'fala de novo, de outro modo'
'agora entendi'
ligado no modo prosaico: uma montanha russa: estou no alto da grande descida, não me olha, tenho medo. quando é que vai parar? [quem sabe entro num túnel, viro personagem da caverna do dragão, não volto de jeito nenhum].
'você volta?'
'entendo'.
fica fácil rodar as coisas assim: repetição [tendência freudiana da memória?] ou reconhecimento [reconheço aquilo que conheço que conheço e que não esqueço]: cena 2, despedida 57. que vida amorosa curta-metragem.

15.8.05

notas: cardiobiográficas.



não estou grafando a vida: muito complexa, longa e sem data para este meu corpo de texto. posso até pensar no porvir, embora de forma vaga, meio bruma, meio não-se-sabe-continuando. não penso no que vem depois da noite, nem depois da morte, só sei dessas carícias de desejo pousando no ouvido, nos lábios, nos cílios. [o desejo é vontade pretérita. que horas são? as horas já se foram no tempo do desejo, do ficar pensando teu sopro]. pois bem: na verdade estou desescrevendo o que não morro, porque não sei escrever, vou apenas grafando com artérias essas letras. ultimamente tem sido um trabalho muito venoso. por que não morde meu pescoço, lambe meu corpo, respira em mim? me ortografa numa escrita de amor, sem demora, sem rascunho.

13.8.05

outras notas avulsas. caderno de viagem.



esse navio é meu corpo: ele cospe fumaça, gira as pás no lá embaixo da água, avança: um barco bêbado, não um navio-fantasma, não um navio-neblina. um navio-corpo meio perdido, desmembrado, desencouraçado se é de coração que se fazem rebites. navego nessa noite, que é meu medo, nem vejo torres de luz, pavilhões, mirantes, só esse convés meio gasto, cheio de betume, veneno, escuro e friagem. mas que espera entre o cais e o navio, quanta saudades mareadas entre o atracar e o me perder no teu porto, na tua boca. mil línguas submarinas lambem o casco dessa nau, águas-vivas, arraias seguem de longe os rastros dessa madeira. preciso trabalhar muito para afundar os desejos de você como quem afunda velhos navios, embora eu precise, como tantos lobos do mar, ficar e morrer. ou quem sabe, o sol se levante da baía, as âncoras interrompam essa viagem sem norte. e botes, vindos de não sei que terra, encostem nas escadas de corda e tragam você para dentro de mim.

11.8.05

notas avulsas e sem graça.




obviedades: meu corpo se cansa. por que eu espero tanto e não me levanto logo e vou embora? foi ciúmes eu acho. toda carta tem destinatário outro, não como o diário que se escreve pra você mesmo [correndo sempre o risco da espiada curiosa]. mas escrevo cartas meio inventadas, que correio algum gostaria de entregar. aliás, sempre quis ganhar uma camiseta pólo amarelo-correios. deve ser ótimo, no mínimo, engraçado, ser um carteiro à paisana. no entanto, disfarce: que eu te passo as cartas por baixo da mesa, sem selos, sem marcas, sem descarte, debaixo do veludo verde da mesa redonda. cena: sombria, apenas uma luminária pendendo acima de nossas cabeças, como nos filmes. talvez uma fumaça de cigarros, talvez bebidas. algum dinheiro, fichas. vai apostar em mim? pensei bem hoje: será que eu invento a solidão: ou ela é que me inventa? me faz personagem de um autor abstrato. e com muitas cicatrizes. cada cicatriz, uma história que eu conto e conto e conto e transformo em labirinto de línguas secretas. esquecimento? coração não esquece, meio que pára na terra do nunca, não se move pra cima ou pra baixo, não cresce como esse meu corpo de criança. e se peter pan morresse? acabariam as metáforas de vida longa e travessura? faz silêncio agora, deita no meu travesseiro e dorme, que eu te conto uma história: tá vendo essa marca aqui?

10.8.05

correspondências.sonho.temporal.



my dear.

tenho recebido terrores noturnos, um sopro de fantasmas e espectros, um futuro cheio de musgos e vacilos: ninguém atravessa a ponte. um deus lunar ou marinho me sublinha, incorpora meus desejos. e me preocupo: depois do sono quem vai traduzir meu corpo em texto e meu texto em língua de corpo de novo? me lambe, por favor. tal correspondência, qual destinatário. eu invento, me desculpe, mas também sinto. e sinto muito pelos enganos e as meias-verdades. nunca se diz tudo, sabia? para confessar tem que ficar de joelhos. eu não. eu escrevo em pé ou sentado, nunca querendo rezar uma ave-maria depois. mas espera, quero te dizer: não demora para voltar [mas estou dizendo isso a oito dias: uma linha temporal partida precisa ser revivida com exatidão?]. foi culpa desse temporal, que me deixou sem fala: fios, raios, sem rádio. o fluxo no espaço-tempo é capcioso, meio cápsula também, que me enrola. onde está você e onde estou eu? deixa passar o que for vendaval e sonho mal, entra nesse túnel comigo, vamos ver onde vai dar. mas de mãos dadas, bocas entrelaçadas, beijos estalados.

8.8.05

correspondências.ascendências e tonalidades.




escrevo com ares de correspondência imprópria, carta sem selo ou carimbo de correio, meio desconfiado, olhar enviesado. my dear, escrevo como quem mente, finge estar na frente, mas está a dois passos atrás de tudo. me adivinhe pelos rastros, sabe bem o que é verdade, o que é mentira cifrada, decifrada: flores de acanto, gregos gatos miam no canto do muro, enquanto mulheres sedutoras engolem de pronto tantos encantos, acantos e gatos. entendeu? jogos infantis, nosso jogo, meio amarelinha lingüística dobrando pelo desejo da tua língua.
my dear, hoje chove, faz frio lá fora, aqui dentro o apartamento é gelado, me dá vontades de leite quente & cobertor & deitar do teu lado. leão ascendente em peixes, combina? tudo meio simbólico, talvez periclitante, perigo de patas e de águas. quem sabe nem tão perigoso, se for mais de perto, ou mais doce, como bocas-de-leão, tão coloridas, aguadas com saliva de beijo e de beija-flor. o que a distância não faz: te altero tanto assim? que bom ser o primeiro por você que já me vira do avesso. me escuta: te quero, mas não leia o que escrevo, entenda o que eu sinto, mais perto, bem perto, aqui do lado, no coração.

post scriptum: estou um chato de galochas, não um gato de botas, mas te escrever me muda o tom. beijos.

notas biográficas: sombras, escuro.



ainda é escuro, abro os olhos de novo, escuro. por que tem que ser assim? já não sei o que faço, aprende coração, seu estúpido. um muro de velhos cadáveres, risco com giz todos os nomes, e ainda vejo fantasmas. que assombro a noite inteira. por que eu fico assim? fico tão colado a antigos rostos, mentirosas promessas, um amor meio avesso, também ferido e sádico. mal me quer, bem me quer, quem me quer eu não quero, quem eu quero não me quer. tantas margaridas coloridas, pisadas, jogo de criança, ciranda. coração, pára, não faz volta, nem me faz de besta. o que é essa demora? você vem, diz tantas coisas, me faz de tonto, acredito. depois me solta, uma roda gigante, alto e baixo. só que só me deixa para baixo, sabia? mas não é culpa sua, eu já me sinto aqui, você só piora. não me estende a mão que eu te puxo, te derrubo comigo. entro num carrossel infernal, não de cavalos de fibra, mas de cavalos mortos, empalhados num esgar assustado. me agarro num alazão, o cheiro de suor me assusta, deito meu ouvido na garganta, ouço a respiração e quase sou derrubado pelos ecos desse galope. falo contigo, não me responde, que pesadelo, ainda nem acordei, está escuro, como a noite, também está frio, tanto quanto é frio e escuro não ter você comigo. [velhos trilhos, velhos sonhos, velhos rostos, tão velhos e tão mortos].

5.8.05

notas biográficas: delírios II



meia-noite, são horas. subo no escuro as escadas desta casa: mal vejo onde piso, talvez em musgos, talvez em ossos, não interrompo, mesmo que pense nas escamas de tantos peixes mortos. qual mundo não encontro por trás do muro: o longe, o tarde. que demora. quero me deixar sem o que vez ou outra me estraga por dentro: o amor, a saudade. primeira, última estrela do céu, faço mapas e rotas, alcanço teu rosto. ouço a velocidade gemendo, esse vento na janela. da ponte nem vejo os barcos, as luzes somem na névoa, somem os homens, some a noite. taurino com ascendência em sagitário, tudo bem para você? acho que não importa se não acontece um brilho pontudo de estrela cadente. voltando: entrei nesta casa para juntar as frações de segundo do teu corpo. quanto tempo estou sem você? advérbios de demora, estou do lado de fora, sentindo frio. volta: cordas no relógio, quanta recordação, quanto te amo. falta nas horas o teu corpo, falta na minha vida o teu sopro.

3.8.05

notas.outra história de azar.



toma, segura o teu rosto: te fiz retrato cubista, mas não sou picasso, sou outro, arrependido artista. não tenho nome, sou anônimo de resto, invisível e sem gosto, como um gato gasto. toma, segura o que eu te mostro: te colei, remendei teus pedaços mas nunca conseguirei juntar-te todo/ compor-te, colar-te e unir-te devidamente, sylvia plath, colosso. nem você, nem a mim: tem palavras que destroem tudo. então te refaço nessas figuras geométricas, nesse papel picado, letra de carta, selo, teus olhos na foto, passo a língua, vejo tua pose, lambe-lambe, fotografia, colagem. eu te refaço, não me demoro, desculpa pelo monólogo. você tem coragem? espiei pelo teu diário, ainda guardados com nome riscado, a garra gasta de um gato, meus nomes, meus rostos picotados. foi mais cruel, mais cirúrgico, tesoura, bisturi, talvez mais fácil. não tão poético assim, no modo manual, que seja. mas toma, segura o que fiz com gosto: te refiz, me refaça, nem que seja por um desenho doido.

2.8.05

notas de aula: história dazartes.



no começo era assim: o homem morava em cavernas e caçava animais. a imagem do animal era essencial, era mágica. então tantos desenhos nas paredes de pedra. como se o desenho fosse uma sombra, fantasmática, como se fosse o próprio. insinuar a lança em mamutes e cavalos rabiscados significava sorte na caça porque, para o homem primitivo, apreender a imagem era anterior a apreender o objeto: capturando o primeiro, capturava-se o segundo. tão simples, tão fácil, tão ritual. a dialética da imagem persiste com o tempo, chega até o homem moderno. faço o que então, com você? agora bem didático: vou rasgando, devagar, todas tuas fotos. faço rabiscos por cima das letras redondas de tuas cartas. deito fora as tuas músicas preferidas e me deito também, vendo tanto pedaço picado, tanta escrita sem vida, ouvindo minha própria e preferida música, [que você tanto odiava]: i put a spell on you, com nina simone: jazz: i put a spell on you/'cause you're mine/ you're mine/ i love ya/ i love you/ i love you/ i love you anyhow/ and i don't care/ if you don't want me/ i'm yours right now. será que você já está longe? acho que fiz tudo errado. não é assim que se vai embora, nem assim que eu te tiro daqui. queria o inverso: te rasgar e te rabiscar era te repelir. e vou ouvindo o que eu já sei: nem me importo se não me quer, eu sou seu. tão lindo. quando vou ter meu próprio filme?

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